Guilherme Fernandes: O que é a displasia no quadril? Ela pode ser considerada uma doença genética? O que ela seria especificamente de acordo com a literatura científica?
David Nordon: A displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ) é uma alteração do desenvolvimento da articulação do quadril, que ocorre durante a formação da criança, portanto, ainda no útero da mãe. Ela se relaciona a diversos fatores, como, por exemplo, a posição em que o bebê fica (bebês sentados apresentam 20 vezes maior risco do que os que ficam de cabeça para baixo no útero), pouco líquido, deformidades do útero, primeiro filho, gêmeos, história familiar de DDQ e, após o nascimento, algumas posições inadequadas, como carregadores não ergonômicos e fazer charutinho com o bebê (enrolá-los com as pernas esticadas e juntas). Há, sim, um componente genético importante, ou seja, pais podem passar para filhos. É bem comum, depois do diagnóstico do bebê, descobrirmos alguém na família que teve e foi tratado, mas nunca comentou a respeito, ou casos de displasia leve, que passaram despercebidos, evoluíram para um desgaste mais precoce que o normal e começam a causar dor ao redor dos 40, 50 anos.