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O Conflito entre Israel e Palestina

O Conflito entre Israel e Palestina

Na segunda-feira, 3 de julho, Israel realizou mais uma incursão na Cisjordânia ocupada, o que resultou na morte de oito palestinos e mais de 50 feridos. O conflito entre israelenses e palestinos é extremamente complexo, além de ser uma grande questão e desafio para a política internacional.

Neste Acervo Temático, iremos compreender as principais variáveis que envolvem o conflito, que já resultou em milhares de mortos.

A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL

Após a Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução em 1947, conhecida como Plano Partilha. Por meio deste plano, o território palestino ficou dividido entre dois Estados a serem criados: um israelense e um árabe. Como sabemos, o território árabe nunca deixou de ser apenas um território, isto é, nunca conquistou o status de Estado-Nação.

Com este plano, em cerca de 8 meses, foi criado o Estado de Israel. Antes da resolução da ONU, o território palestino era controlado e monitorado pelo Reino Unido. Em um momento de decadência da antiga potência, a política da região muda drasticamente, com a atuação dos Estados Unidos no Oriente Médio, o genocídio judeu durante a Segunda Guerra, a criação da Liga Árabe e uma pressão por parte de grupos sionistas.

É importante ter em mente que o movimento sionista surge no século XIX como uma resposta ao antissemitismo vivido nos países destino da diáspora judaica. Ou seja, a criação do Estado de Israel era uma maneira de proteger o povo judeu. Com essa ideia em mente, houve um fluxo de migração judaica para a palestina entre 1930 e 1940.

No início de 1947, portanto, o Reino Unido consulta a ONU para buscar uma solução para o caso da palestina. A Resolução 181 da ONU foi aprovada em uma votação que durou 3 minutos, estabelecendo os dois Estados e um regime de partilha especial de Jerusalém, território considerado sagrado por judeus, muçulmanos e cristãos.

Com a Declaração da Independência de Israel, a Liga Árabe, composta por Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque, invade o território israelense, no que ficou conhecido como o primeiro conflito Árabe-Israelense. O conflito resultou em Israel vitorioso, ocasionando uma expansão territorial e, consequentemente, a diáspora palestina para a Jordânia, conhecida como “A Grande Catástrofe” (Al Nakba, em árabe).

AS INTIFADAS

No final da década de 1980, iniciou-se a primeira intifada. A situação era de ocupação israelense no território palestino, sobretudo da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. O estouro da crise foi a morte de quatro rapazes decorrente de um atropelamento perpetrado por um jipe israelense. Ao funeral, compareceram mais 10.000 pessoas. No dia seguinte, forças israelenses dispararam contra uma multidão, matando um jovem de 17 e ferindo dezenas.

Em resposta, os palestinos dominaram bairros e iniciaram a construção de barricadas. O conflito era desigual; enquanto palestinos usavam pedras e estavam sem armas, lutavam contra o Exército de Israel, que possuía tanques e munições reais. Mas o radicalismo foi ampliado por ambos os lados. É nesta primeira intifada que nasce o Hamas – hoje considerado um grupo terrorista – que queria a destruição do Estado de Israel. A primeira intifada é finalizada em 1993, após 6 anos de conflito, e o Acordo de Oslo é o que representa a paz neste período. O acordo foi assinado entre o Estado de Israel e a Autoridade Nacional Palestina, reconhecendo o controle e a autoridade prévia da autoridade palestina sobre o território da Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e Cisjordânia, sendo esta última repartida entre os dois povos.

A SEGUNDA INFTIFADA

A segunda intifada tem início em 2000, com apoio do Hamas. É importante lembrar que desde a sua criação, Israel sempre teve um ímpeto expansionista, iniciando conflitos armados para a conquista de territórios palestinos, como a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Inclusive, durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel controlou os territórios da Península do Sinai (Egito), das Colinas de Golã (Síria), da Faixa de Gaza, de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia, todos territórios palestinos.

Na segunda intifada é que começa a ser construído o muro de Israel, em 2002. O conflito dura até 2004, finalizando com a morte do líder do Hamas. Com o acordo de paz, Israel se compromete a desocupar a Faixa de Gaza e parte da Cisjordânia.

O CONFLITO ATUAL

Embora a relação entre Israel e a Palestina nunca foi de total paz, é importante diferenciar os conflitos que se seguem até os dias hoje. Primeiro, Israel é dominado pela extrema-direita, que impõe a dominação territorial e acredita na primazia israelense sobre os territórios palestinos.

Há sim grupos terroristas que operam contra Israel em solo palestino. Não é possível negar a existência do Hamas. Entretanto, essas atividades, esporádicas e graves, acabam por virar justificativa de uma ofensiva israelense contra a população civil da palestina.

Houve um erro de cálculo grave no século passado em relação ao conflito Israel e Palestina. O fato da Resolução 181 nunca ter sido cumprida, ou seja, nunca foi criado um Estado Palestino. Isso demonstra a fragilidade da ONU, bem como a incoerência na validação de uma nação de palestinos.

A QUESTÃO DOS CAMPOS DE REFUGIADOS

Por que existem campos de refugiados para palestinos dentro do próprio território palestino? Primeiro, normalmente compreendemos o refúgio como uma pessoa despatriada, isto é, que não está na sua pátria. Portanto, a resposta para esta questão é histórica.

Em 1949, a ONU criou a “Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente” sobretudo por um vácuo legal – não havia ainda o estatuto do refugiado – e as péssimas condições que viviam os palestinos. Acontece que esses campos se tornaram bairros populosos.

Por que ainda se consideram refugiados? Embora estejam em território palestino, muitos da população foram forçosamente retirados de seus lares e de onde viviam, sobretudo pela ação do Exército e Forças de Segurança Israelense. Nesse sentido, a demanda é de retornar a ocupar os territórios que décadas atrás eles ocupavam.

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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