Nesta semana, a CPI da Pandemia ouviu o ex-chanceler Ernesto Araújo e o ex-Ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Pazuello foi o ministro que esteve mais tempo a frente da pasta durante a pandemia de Covid-19 e a sua gestão foi marcada por diversos acontecimentos importantes: a crise de oxigênio e o colapso do sistema de saúde do Amazonas, as negociações com a Pfizer, a contínua recomendação da cloroquina, entre outros. Além dos dois ex-ministros, a CPI esperava ouvir a Mayra Pinheiro, secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, no Ministério da Saúde. Devido a interrupção do depoimento de Pazuello na quarta-feira e a necessidade de continuação no dia seguinte, o depoimento de Mayra, também conhecida como “capitã cloroquina”, foi adiado para terça-feira (25/05). Confira abaixo as principais notícias da semana sobre a CPI:
CPI vai descobrindo quem mandou e quem obedeceu nos crimes da pandemia/Opinião Folha (16.05)
“A CPI da Covid está descobrindo evidências de um assassinato em massa. Segundo o depoimento do gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, Bolsonaro desprezou várias ofertas de vacinas da empresa. Na estimativa do epidemiologista Pedro Hallal, só essa decisão de Bolsonaro causou entre 5.000 e 25 mil mortes.”
CPI da Covid: Senador pede convocação do empresário Carlos Wizard/O Globo (17.05)
“O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) quer convocar o empresário Carlos Wizard a depor na CPI da Covid. A intenção é ouvi-lo sobre o chamado “ministério paralelo da saúde”, formado por aliados de Jair Bolsonaro.”
“O senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Covid, relatou durante a sessão do colegiado na manhã desta terça, 18, que recebeu uma ‘sucessão de ameaças’ em seu Whatsapp. Em ofício ao presidente da comissão, Omar Aziz, o parlamentar pediu que a Polícia Federal ou a Polícia Legislativa do Senado Federal apurem eventuais crimes relacionados às mensagens.”
Ernesto confirma que Bolsonaro participou de estratégia internacional para compra de cloroquina/O Globo (18.05)
“BRASÍLIA — O ex-chanceler Ernesto Araújo confirmou à CPI da Covid, nesta terça-feira, que o presidente Jair Bolsonaro atuou na estratégia internacional para garantir mais hidroxicloroquina ao Brasil no início da pandemia. Na época, o Itamaraty foi mobilizado para adquirir os insumos necessários para a produção do medicamento, que não possui comprovação científica contra o novo coronavírus.”
CPI da Covid: 5 críticas dos senadores à atuação do Itamaraty – e as respostas de Ernesto Araújo/BBC (18.05)
“Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo foi alvo de uma série de acusações dos senadores sobre omissões e falhas do Itamaraty no enfrentamento da pandemia do coronavírus.”
Questionado na CPI se agradeceu à Venezuela por doação de oxigênio, Araújo diz que não/G1 (18.05)
“O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo disse nesta terça-feira (18), em depoimento à CPI da Covid, que não fez nenhum contato com a Venezuela para conseguir o envio de oxigênio do país vizinho para o Amazonas.”
STF nega a Mayra Pinheiro, conhecida como ‘Capitã Cloroquina’, direito de ficar em silêncio na CPI da Covid/O Globo (18.05)
“Saiu agora a pouco decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, negando a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, a médica Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã cloroquina”, o direito de ficar em silêncio em seu testemunho na CPI da Covid-19.”
AGU e ministros aliados de Bolsonaro no TCU conseguem adiar processo que pede multa a Pazuello/Folha (19.05)
“O advogado-geral da União, André Mendonça, e ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) alinhados ao presidente Jair Bolsonaro conseguiram adiar a análise do processo que pede aplicação de multa ao general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde”
CPI da COVID: Pazuello se contradiz sobre relacionamento com Bolsonaro/Estado de Minas (19.05)
“Em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19, o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, apresentou contradições já no começo da oitiva ao tratar da própria gestão e, também, em relação aos depoimentos dos dois ex-ministros anteriores, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.”
Pazuello, burocrata do morticínio/Opinião Folha (19.05)
“Quando 439 mil mortes se tornam rituais burocráticos banais, onde fica a dor? E mais: sobre quem recai a responsabilidade? Entre ofícios ao vento e secretariados sem rosto, o que vimos na CPI da Covid-19 nesta quarta-feira (19) foi a farda do morticínio: um Pazuello encarnando a figura do burocrata que diz não receber ordem de ninguém, mas omite que quem dava a ordem era ele mesmo e o presidente da República.”
Depoimento de Mayra Pinheiro, “capitã cloroquina”, é adiado para terça-feira/Congresso em foco (19.05)
“Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (19) o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou responsabilidade sobre o aplicativo TrateCov, que recomendava uso de cloroquina para tratamentos de pacientes com diferentes sintomas, incluindo aqueles que apresentavam indícios de ressaca.”
Governo ignorou 10 emails da Pfizer sobre vacinas em 1 mês, mostram documentos da CPI/Folha (20.05)
“Uma série de emails entregue pela Pfizer à CPI da Covid em caráter sigiloso mostra a insistência da farmacêutica para negociar vacinas com o governo e a ausência de respostas conclusivas do Ministério da Saúde à proposta apresentada pela empresa no meio do ano passado.”
Na CPI, Pazuello volta a distorcer histórico de sua gestão/DW (20.05)
“No segundo dia de depoimento à CPI da Pandemia no Senado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello deu prosseguimento a uma estratégia múltipla de poupar o presidente Jair Bolsonaro, distorcer episódios do histórico da sua gestão e transferir erros ou omissões da pasta para terceiros.”
Mentem, e a CPI nem aí/Opinião O Globo (21.05)
“O general Eduardo Pazuello desferiu o mais grave ataque contra a democracia brasileira desde o início da CPI da Covid. Um ataque que não foi suficientemente apontado. E um ataque que tem por cúmplice involuntário o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM). Não há gente suficiente percebendo a gravidade da naturalização da mentira que está ocorrendo ao longo destes depoimentos e de que a CPI é cúmplice. Não estão percebendo que é abrir mão da verdade no debate público que faz corroer a democracia.”
CPI da Covid: crise em Manaus vira jogo de empurra entre Pazuello e governador/Correio Braziliense (21.05)
“No segundo dia de depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid, senadores intensificaram os questionamentos sobre possíveis omissões do governo federal no colapso do sistema de saúde de Manaus, ocorrido em janeiro. Naquele mês, dezenas de pacientes com o novo coronavírus morreram asfixiados em razão da falta de oxigênio nos hospitais. Pressionado por parlamentares independentes e da oposição, o general acusou o governo do estado e a White Martins, fornecedora do insumo, de responsáveis pela crise. Ele também afirmou que, após ouvir o governador do estado, Wilson Lima (PSC), o presidente Jair Bolsonaro decidiu não fazer intervenção na rede de saúde do Amazonas.”