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Acervo Temático: Eleições na Argentina e a crise política
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Acervo Temático: Eleições na Argentina e a crise política

Este ano foi marcado por diversas eleições na América Latina. Até o momento, ocorreram as eleições nacionais do Peru, as subnacionais na Venezuela, as primeiras eleições chilenas pós-crise política de 2019 e as legislativas da Argentina. O ano também antecede outras importantes eleições, como a da Colômbia e do Brasil, a serem realizadas em 2022. Nesse sentido, trata-se de um ano relevante para os rumos da região. Mas o que ocorreu na Argentina e qual o impacto que isso pode ter nas eleições nacionais do país que serão realizadas em 2023?

Neste acervo, buscaremos elucidar como se dá o processo de eleição da Argentina e o revés sofrido pelo partido governista nas eleições legislativas realizadas em novembro. Alberto Fernández, eleito em 2019, conquistou a presidência da República vencendo o ex-presidente argentino Maurício Macri. Sua plataforma eleitoral foi baseada na moderação e no pragmatismo, mas o que alavancou de fato sua eleição foi a vice Cristina Kirchner, que já havia sido presidente entre 2007 e 2015.

Neste ano, o eleito em primeiro turno, com 48% dos votos (na Argentina, o candidato vence no primeiro turno se tiver mais de 45% dos votos), sofre com diversas crises. Com a pandemia de COVID-19, a opção tomada pelo governante foi por um lockdown longo para o controle da doença. A medida teve êxito no quesito sanitário, mas aprofundou a crise econômica do país. Dados recentes apontam que a inflação acumulada em 12 meses atingiu a marca de 52,1%. Nos primeiros três meses de 2021, a taxa de desemprego ficou em 10,2%, caindo no segundo trimestre do ano para 9,6%. Para efeitos de comparação, o Brasil possui uma inflação de 10,7% e o desemprego atingiu a marca de 12,6%.

Além disso, dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) apontam que 4 em cada 10 argentinos são pobres e 1 em cada 10 vive em miséria. Isso significa que há 18,8 milhões em situação de pobreza e quase cinco milhões não contam com o necessário para satisfazer suas demandas básicas, como alimentação, e recorrem a serviços gratuitos do Estado.

A crise econômica e sanitária foi agravada com uma crise política imediatamente após as primárias legislativas. No país, antes de cada eleição, é realizada uma primária, denominada Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO). Obrigatória para a população entre 18 e 70 anos, as primárias servem para definir os candidatos que disputarão as eleições. As primárias ocorreram em setembro e as eleições no dia 14 de novembro.

Durante a primária, os pré-candidatos da “Frente de Todos”, governista, perderam em 18 dos 24 distritos do país. “Juntos por el Cambio”, de centro-direita, obteve 40% dos votos na primária para deputados e para senadores, enquanto a “Frente de Todos” conseguiu 31,3% dos votos para deputados e 27,79% para senadores. As primárias funcionam, dessa maneira, como uma forma de termômetro e a imagem do presidente estava desgastada devido às crises e o vazamento de fotos de um jantar realizado por sua esposa na residência do casal durante o período de lockdown.

Três dias após as primárias, uma crise se instalou no governo. A relação entre Fernández e Kirchner ficou balançada pela renúncia coletiva de cinco ministros ligados à ex-presidente. Além disso, uma candidata kirchnerista chamou, durante o pleito, Fernández de neoliberal e invasor da Casa Rosada. Após a renúncia coletiva, Kirchner se pronunciou por meio de uma carta, insinuando que o governo estava seguindo uma cartilha que não deveria. A vice-presidente escreveu “Sinalizei [para Fernández] que achava que estava sendo realizada uma política de ajuste fiscal que não era adequada, que estava impactando de forma negativa na atividade econômica e, portanto, no conjunto da sociedade e que, sem dúvida, isto teria consequências eleitorais”. A vice ainda falou das primárias, referindo-se a uma catástrofe política, com uma derrota eleitoral sem precedentes para o kirchnerismo.

As eleições ocorreram dois meses após a crise e há quem veja o resultado como positivo. O pleito renovou 127 das 257 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 das 54 cadeiras dos senadores. A surpresa foi de que, dado o resultado negativo nas prévias, o governo manteve uma pequena maioria no Congresso, com 118 deputados e, a oposição, com 116. O maior revés foi no Senado, que a coalizão governista perdeu 6 cadeiras, obtendo agora 35 cadeiras, duas abaixo da maioria absoluta. Isso significa que o governo não conseguirá mais tramitar projetos por iniciativa própria e terá de negociar com a oposição.

Analistas apontam que esta foi a pior eleição para o peronismo nos últimos anos. A situação fica complicada para Cristina Kirchner, visto que na Argentina a presidência do Senado é exercida pelo vice-presidente. Além disso, a oposição teve muito mais a comemorar e, se mantido o resultado, há chances de recuperar a presidência em 2023. O presidente se vê em uma situação complicada, a crise econômica não dá trégua há três anos e sua relação com a ala mais à esquerda do peronismo está prejudicada. O governo possui grandes desafios e o resultado das urnas mostram que a população não está contente com os rumos tomados pelo país.

Argentinos votam em eleições primárias no domingo. Entenda como funciona o PASO/Gazeta do Povo (09.09)

Em 14 de novembro 2021, os argentinos vão as urnas para renovar a metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado. Mas antes disso, no próximo domingo (12), devem escolher as candidaturas que farão parte dessas eleições nas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias, também chamadas de PASO.

Primárias argentinas impõem derrota ao governo e fortalecem oposição/Poder360 (13.09)

A aliança de oposição ao governo argentino saiu fortalecida nas primárias das eleições legislativas realizadas nesse domingo (12.set.2021) –impondo uma dura derrota ao presidente Alberto Fernández e ao peronismo.

Derrota do peronismo nas primárias abre dois meses de incerteza política na Argentina/El País (14.09)

O peronismo precisa se recuperar de um tsunami. O Governo de Alberto Fernández tem dois meses para tentar reverter nas eleições legislativas o resultado das primárias obrigatórias e abertas realizadas no domingo, que anteciparam que o governismo, a se repetir o resultado, perderá o controle do Senado e deixará de ter a maior bancada na Câmara dos Deputados. Os pré-candidatos da Frente de Todos perderam em 18 dos 24 distritos do país, incluída a província de Buenos Aires, reduto da vice-presidenta Cristina Fernández de Kirchner. O presidente Fernández prometeu ouvir a mensagem das urnas e “corrigir erros”, enquanto a coalizão que o apoia se debate agora entre radicalizar ou mudar o rumo. Na segunda-feira falou-se em mudanças no gabinete ministerial. Fernández parece pouco disposto a ceder: na manhã seguinte à votação, organizou um evento na Casa Rosada onde pôs na primeira fila os indivíduos mais questionados do seu Governo.

Organizações sociais protestam na Argentina em plena crise de governo/Istoé (16.09)

Organizações sociais argentinas tomam as ruas de Buenos Aires nesta quinta-feira (16) para exigir melhoras econômicas, em meio a uma grave crise política do governo do presidente peronista de centro-esquerda Alberto Fernández e sua vice-presidenta Cristina Kirchner.

Fernández se reúne com equipe para definir mudanças e abafar crise na Argentina/Folha (17.09)

A crise na Casa Rosada, sede do poder argentino, continua sem a definição de uma solução nesta sexta-feira (17). Ao longo do dia, porém, havia expectativas a respeito do anúncio da formação de um novo gabinete capaz de esfriar a temperatura interna na cúpula do governo.

Cristina Kirchner provoca reviravolta na cena política argentina/Brasil de Fato (20.09)

A vicepresidenta argentina e presidente do Senado Cristina Fernández de Kirchner (CFK) realizou uma manobra política ousada e surpreendente, na semana que passou. Se se dará certo ou não é outra história. Ela literalmente chutou o balde da agenda nacional, impôs seus termos para o governo e para a sociedade e tenta colocar a oposição na defensiva, depois de um fiasco eleitoral da situação.

Queda de braço entre Fernández e Kirchner expõe fratura na esquerda argentina/BCC (17.09)

A Argentina vive horas de tensão política envolvendo o presidente Alberto Fernández e sua vice, a ex-presidente Cristina Kirchner, em uma queda de braço pública que inclui os rumos da economia e expõe a divisão na aliança que chegou a ser apontada como esperança de setores da esquerda regional diante da direita tradicional.

Crise econômica não dá trégua na Argentina: 4 em cada 10 pessoas são pobres/El País (01.10)

Na Argentina, 4 em cada 10 pessoas são pobres, e 1 em cada 10 vive na miséria. Os dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), correspondentes ao primeiro semestre de 2021, mostram a lenta recuperação da sociedade argentina depois da pandemia de covid-19 e dos anos anteriores de crise econômica. A pobreza só recuou 1,4 ponto percentual com relação aos 42% de seis meses antes, mas segue muito longe dos 32,2% de cinco anos atrás, e ainda mais dos 24,7% registrados há uma década.

Alberto Fernández encerra campanha à espera de um milagre nas urnas no domingo/El País (12.11)

Alberto Fernández espera um milagre nas eleições legislativas do próximo domingo. O presidente encabeçou nesta quinta-feira o encerramento de uma campanha eleitoral que tinha o árduo objetivo de reverter a catástrofe sofrida nas primárias de setembro. Fez isso em um evento junto a todas as figuras mais importantes da sua coalizão de governo, incluída a vice-presidenta Cristina Fernández de Kirchner. Mas tratou-se de um ato marcado pelo desânimo deixado por todos os prognósticos: outra nova derrota está à espreita.

Eleições na Argentina: saiba o que está em jogo nas disputas legislativas do país/CNN (14.11)

A Argentina realiza, neste domingo (14), as eleições gerais intermediárias. Os argentinos devem eleger os candidatos para renovar 127 das 257 cadeiras na Câmara dos Deputados e 24 das 54 cadeiras dos senadores.

Virada eleitoral inesperada na Argentina mantém peronismo vivo, apesar do avanço da oposição/El País (15.11)

O peronismo sobreviveu às eleições legislativas deste domingo na Argentina. O Governo de Alberto Fernández evitou a catástrofe eleitoral sugerida pelo resultado das primárias de setembro e que todas as pesquisas se inclinavam a confirmar. A surpresa foi maiúscula. Uma recuperação de três pontos na província de Buenos Aires mantém os peronistas com a maior bancada da Câmara dos Deputados. Perdeu, é verdade, a maioria no Senado, onde já não poderá impor a pauta sem aval da oposição. Mas os números são, em todo caso, muito melhores para o presidente do que se previa. O novo mapa de poder no Congresso acompanhará Fernández até 2023, em um cenário complexo, agravado por uma crise econômica que não dá trégua há três anos.

Eleições legislativas na Argentina: o que derrota da centro-esquerda significa para Fernández/BBC (15.11)

Os argentinos foram às urnas no domingo (14/11) em eleições parlamentares de meio de mandato. Os resultados indicam uma derrota do governo do presidente Alberto Fernández, de centro-esquerda, para partidos da centro-direita.

Governo Fernández perde maioria no Senado nas eleições legislativas da Argentina/G1 (15.11)

O presidente Alberto Fernández da Argentina sofreu um revés nas eleições legislativas de meio de mandato, realizadas no domingo (14), e a coalizão governista perdeu o controle do Senado. Na Câmara dos Deputados, que também era dominada por aliados de Fernández, haverá um equilíbrio entre situação (com 118 deputados) e oposição (com 116), segundo o “La Nación”.

Derrota eleitoral indica que juízes devem agilizar processos contra Cristina/Estadão (05.12)

BUENOS AIRES – As eleições legislativas deixaram marcas na Argentina: a maior derrota do peronismo em sua história, o menor comparecimento desde a volta da democracia e a maior perda de votos para um partido no poder em apenas dois anos. Mas a grande preocupação da vice-presidente Cristina Kirchner e de sua família é o fato de que, pela primeira vez desde 1983, o peronismo não terá a maior bancada no Senado.

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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