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A Resenha – Tár (2022)
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A Resenha – Tár (2022)

O filme que pode consagrar o terceiro Oscar de Cate Blanchett: Tár.

O psicodrama Tár, dirigido por Todd Field (Pecados Íntimos, 2006), conta a história de uma irreverente regente de uma das maiores Orquestras Filarmônicas do mundo, a Orquestra de Berlim. Lydia Tár, a personagem principal interpretada por Blanchett, é uma figura autocrática, dinâmica e apaixonante. Sua dureza em relação ao trabalho contrasta com a relação terna com a sua filha Petra (Mila Bogojevic), o que nos faz criar uma certa ligação por Lydia.

 

 

O filme não é sobre a cultura de cancelamento, como se pode assumir num primeiro momento, mas sobre uma impetuosa, arrogante, audaciosa e brilhante maestro. De fato, não havia atriz melhor para interpretar Tár do que Blanchett. Sua elegância e atuação impecável são os pontos fortes do filme. Nem todas conseguem honrar os ternos elegantes, ao mesmo tempo em que sua personagem, de cabelos soltos, tem uma epifania ou um momento de melomania.

Não é apenas uma indicação ao Oscar, é ser a preferida para o posto de Melhor Atriz no prêmio de 2023.

Tár é contraditória, uma vez que busca separar a sua vida pessoal da profissional, criando duas personas distantes uma da outra. O momento que as duas se unem é exatamente nas cenas a la psicodrama, que captam a essência, sem repetir a fórmula de “O Cisne Negro” (filme de 2010 que garantiu à Natalie Portman o Oscar de Melhor Atriz).

Há uma cena em que isso pode ser muito bem identificado. Durante uma aula em Julliard, Tár se envolve em um embate com o aluno Max (Zethphan Smith-Gneist), acerca da representatividade de Bach. Max se mostra relutante, por motivos ideológicos, a gostar e reconhecer a importância do compositor. Tár, então, dá-lhe um discurso sobre a importância e como devemos separar o autor da obra (uma discussão recorrente de mídias sociais atuais). Isto é, a fictícia vencedora EGOT aplica esse mesmo discurso à sua própria vida.

Além disso, a personagem interpretada por Blanchett, que tem um relacionamento frio e provavelmente marcado pela infidelidade com Sharon Goodnow (Nina Hoss), lidera um fundo de bolsas para mulheres na música clássica, operacionalizado por Eliot Kaplan (Mark Strong), um “quer ser”, invejoso da capacidade artística de Tár, maestro.

Esse fundo é, inclusive, ponto central no plot do filme, pois é através dele que Tár estabelece relações dúbias, prendendo mulheres emocionalmente, e de onde vem sua stalker Krista Taylor (Sylvia Flote).

Outra atuação que merece reconhecimento é a de Noémie Merlant, interpretando a assistente de Tár, Francesca Lentini. Merlant mostra uma maturidade artística extremamente interessante, uma faceta que já havia apresentado em Retrato de Uma Jovem em Chamas (2019, Céline Sciamma), interpretando Marienne.

Tár foi indicado aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção (Todd Field), Melhor Atriz (Cate Blanchett), Melhor Roteiro Original (Todd Field), Melhor Fotografia (Florian Hoffmeister) e Melhor Edição (Monika Willi). Sem dúvida alguma é um filme que merece ser visto, não só pela trama em si, mas também porque pode colocar Cate Blanchett no rol das maiores ganhadoras do Oscar na história da academia.

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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