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A RESENHA – RUSTIN

A RESENHA – RUSTIN

Você provavelmente já deve ter assistido ou ouvido o discurso de Martin Luther King “Eu tenho um sonho”, que foi proferido em 1963, num dos maiores protestos pacíficos da história da humanidade. Mas você conhece a história do movimento que deu origem a este protesto?

O novo filme Rustin, disponível na Netflix e indicado ao Oscar 2024, conta esta história para gente. Vem conferir A Resenha da Fundação Podemos!

O eternizado discurso de Martin Luther King não somente é utilizado por muitos em cursos de oratória, mas também de história e inspiração. Com uma plateia de mais de 250 mil pessoas, Dr. King (como assim era chamado este ativista dos direitos civis) clamou pelos direitos civis nos Estados Unidos e pelo fim da discriminação no país.

Diferentemente do Brasil, os Estados Unidos democráticos e republicanos promoveram a segregação racial através de atos legislativos. Durante anos após a abolição, negros e brancos não conviviam no mesmo espaço, não compartilhavam bancos de praça ou bebedouros. Em nosso país, a história foi diferente, pois, apesar da abolição da escravatura em 1888, restaram barreiras não legais, estruturais, de acesso aos direitos civis, políticos, culturais, sociais e econômicos.

Nesse sentido, a população negra e ativistas simpatizantes da causa se organizaram e deram origem ao maior ato de manifestação pacífica da história da humanidade até então registrado. O evento ocorreu em Washington D.C. e tinha como objetivo sensibilizar Congressistas estadunidenses da importância de conceder direitos civis à população negra e acabar com a discriminação de qualquer tipo no país.

O filme, entretanto, não foca neste que foi um dos maiores ativistas da história, mas, sim, em quem conseguiu viabilizar que o “impossível” se tornasse possível: Bayard Rustin, interpretado pelo magnífico Colman Domingo. Bayard foi um ativista que, inclusive, sofreu boicote pelos próprios ativistas do movimento negro. A grande questão é que Bayard era homossexual, então, além do racismo, sofria com a homofobia. Muitos tentaram minar o ativismo negro da época, utilizando a homofobia contra Bayard como uma justificativa. O filme conta, inclusive, que Dr. King se afastou de seu amigo pessoal e colega de militância por tamanho descrédito que davam a Bayard.

Mas, quem também possuía um sonho era Bayard. Foi ele que idealizou e organizou toda a mobilização para que em 1963 fosse tomada por apoiadores dos direitos civis. O filme apresenta uma figura inspiradora, compromissada com o pacifismo e com a luta do movimento negro. Mostra, também, um homem homossexual, que um dia foi acusado de “perversão sexual” e preso por se relacionar com um homem. Algo que o filme nos leva a crer que traumatizou o ativista.

O longa conta também aspectos de sua vida pessoal, mostrando, inclusive que era uma pessoa extremamente humilde. Chama atenção, em aspectos técnicos, uma trilha sonora muito bem trabalhada e as atuações impecáveis. Dustin Lance Black, o roteirista, cumpriu um papel fundamental no longa, ao garantir um roteiro muito fidedigno e que pode ser comprovado com documentos acerca do período.

Colman Domingo foi indicado a melhor ator no Oscar 2024, concorrendo com Bradley Cooper (Maestro), Paul Giamatti (Os Rejeitados), Cillian Murphy (Oppenheimer) e Jeffrey Wright (American Fiction).

 

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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