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A Resenha – Os 7 de Chicago

A Resenha – Os 7 de Chicago

A Guerra do Vietnã foi um dos principais conflitos armados que eclodiram no pós-Segunda Guerra Mundial durante o período conhecido como Guerra Fria. No final da década de 1960, muitos movimentos se organizaram para protestar contra a Guerra, que matou mais de 58 mil soldados estadunidenses (de acordo com os dados oficiais do Departamento de Defesa dos EUA, uma vez que outras fontes apontam ser o número muito maior) e cerca de 3 milhões de vietnamitas. Em 1968, um grupo de movimentos sociais se reuniu em Chicago para um grande protesto, justamente no local em que aconteceria a Convenção Nacional do Partido Democrata.

Neste protesto, 8 pessoas foram presas pela polícia e indiciadas por conspiração. Essa história é contada pelo filme da Netflix, “Os 7 de Chicago”. Vem conferir A Resenha da Fundação Podemos.

A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que opôs o Vietnã do Norte, comunista, e o Vietnã do Sul, junto com seu principal aliado, os Estados Unidos. O conflito teve início em 1959, durando 16 anos. O Vietnã foi separado pela Convenção de Genebra de 1964, que também marca o cessar-fogo da Guerra da Indochina. Os dois lados possuíam regimes ideológicos diferentes: o Vietnã do Norte buscava unificar o território sob um regime comunista, enquanto o Sul buscava se manter aliado às potências Ocidentais, em especial, aos Estados Unidos.

Foi apenas em 1964, legitimando-se pela teoria do dominó (se o Vietnã se tornasse comunista, os demais países da região também sucumbiriam à influência soviética), que os EUA se envolveram diretamente na Guerra, passando a enviar tropas à península da Indochina. É importante lembrar que este foi um dos primeiros conflitos com presença forte da mídia, com as imagens das pessoas sendo atingidas por armas incendiárias e cancerígenas (napalm e agente laranja) rodando o mundo de maneira muito rápida. A barbárie, autorizada pelo governo americano, tomou conta do mundo asiático.

É importante lembrar que a retirada das tropas dos EUA do Vietnã foi motivo de um Prêmio Nobel da Paz para Henry Kissinger, o estadista norte-americano, que faleceu recentemente em 2023. Entretanto, há evidências que durante a Guerra do Vietnã, os EUA bombardearam o Camboja, com intuito de acabar com a cadeia de suprimentos dos vietcongues. Esse período ainda ressoa na região, como consequência dos sanguinários conflitos durante a Guerra Fria.

Mas, de fato, existiam pontos de resistências, que eram contra a convocação para o exército estadunidense, bem como a favor da retirada dos EUA do Vietnã. E é neste ponto que o filme se concentra.

Em 1968, como dissemos, um grupo de movimentos sociais se organizou em Chicago, na Convenção Nacional Democrata, que anunciou a candidatura de Hubert H. Humphrey à Presidência dos Estados Unidos. Houve tumulto, e o governo estadunidense acusou um seleto grupo de pessoas de conspiração num julgamento bastante controverso.

O filme é baseado no julgamento, misturando cenas de flashback, de acordo com a narrativa de cada um dos 8 indiciados, número que cai para 7 ao longo do filme. O roteiro de Aaron Sorkin dá o tom do filme, ao garantir um drama poderoso da Netflix.

O longa retrata uma perseguição judicial perpetrada pelo juiz Hoffman (Frank Langella) a Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen), Jerry Rubin (Jeremy Strong), David Dellinger (John Carroll Lynch), Tom Hayden (Eddie Redmayne), Rennie Davis (Alex Sharp), John Froines (Danny Flaherty) e Lee Weiner (Noah Robbins). Além desses, Bobby Seale, um dos líderes do Movimento Panteras Negras, chegou a ser agredido e impedido fisicamente de se comunicar. Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) teve um julgamento separado do restante do grupo. Aliás, nesse sentido, vale uma crítica: o filme poderia dar mais ênfase ao racismo institucional judiciário.

Podemos compreender o filme como uma crítica a um fato histórico, mas não podemos deixar de relacioná-lo à truculência policial, aos julgamentos enviesados e à violência institucional. Pensemos, por exemplo, na relação com o movimento Black Lives Matter, em que o racismo da polícia estadunidense, bem como a sua truculência, ficou marcada na história do país.

O filme é de direção de Aaron Sorkin, e foge um pouco da lógica de filmes de julgamento pelo seu dinamismo.

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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