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A Resenha: King Richard (2021)
A Resenha: King Richard

A Resenha: King Richard (2021)

O filme que concedeu a Will Smith o prêmio de melhor ator no Oscar, já está disponível na plataforma de streaming HBO Max. Cativante, mas genérico, King Richard: Criando Campeãs conta a história de Richard (Will Smith), que bola um plano para duas de suas filhas, Serena (Demi Singleton) e Venus (Saniyya Sidney), se tornarem as melhores jogadoras de tênis da história. O final, como já sabemos, é a concretude do plano, visto que a história é sobre o início da carreira da número 1 de tênis, Venus Williams, e da maior atleta deste esporte na atualidade, Serena Williams.

O longa-metragem, dirigido por Reinaldo Marcus Green (também diretor de Monstros e Homens, 2018) e roteiro de Zach Baylin (roteirista de Terapia de Risco, 2013), possui uma fórmula clássica, mas nem por isso menos inspiradora. É o tipo de filme que te trará emoções, sem dúvida, mas, por se manter no seguro, muitas oportunidades se perderam.

A crítica ao filme se centra em que não há nada de realmente novo, seguindo a fórmula de filmes que são campeões de prêmios internacionais, inclusive o Oscar. Todavia, isso acaba não sendo nenhum demérito do longa. Muito pelo contrário, ele cumpre exatamente aquilo que se propõe a fazer.

Encarnando um pai ambicioso e que deseja que suas filhas cheguem em locais que até então não foram ocupados pela família, Will Smith se empenhou na caracterização do personagem e o Oscar foi mais do que devido. Ator carismático e conhecido pelos seus papéis em filmes blockbuster, Smith nos mostra a sua outra faceta, aquela que almeja e merece o reconhecimento da principal premiação das telonas.

Apesar do vencedor do Oscar ter sido o Will Smith, o ponto forte em atuação é a mãe das meninas, Oracene ‘Brandy’ Williams (Aunjanue Ellis). Com poucas cenas de destaque, a atuação de Ellis é magnífica, fidedigna a Brandy Williams, com uma personificação desafiadora. Um dos pontos fracos do filme é ter jogado a relação entre Brandy e Richard para o escanteio, o que nos faz ser pegos de surpresa em uma discussão do casal na segunda metade do filme. Além disso, se tivessem explorado melhor como a mãe é o elo que une a ambição de Richard e as vontades das filhas, poderíamos ter mais tempo de tela para a esplêndida atuação de Aunjanue Ellis.

Nesse contexto, emergem temas sociais, como o – ainda – recente regime de segregação racial dos Estados Unidos, a presença de atletas negros no tênis e a posição social ocupada pelos negros nos Estados Unidos. Richard é um personagem que inspira as filhas e se mostra um pai presente, embora sua ambição o faça perder de vista o bem-estar do resto da família. Com um plano em mente, Richard contradiz os especialistas de tênis sobre os rumos de carreira que devem ser tomados pelas suas filhas, mas no final é assertivo: criou duas das melhores tenistas de todos os tempos.

O filme é inspirador, beirando o a la LinkedIn, mas possui seu valor. Não confunda a inspiração com a mais pura meritocracia, isso seria desonesto com a intenção do roteirista e do diretor. Antes de meritocrático, o filme é real, perceptível, latente.

Mas, se o filme é comum, “o que o levou a ser indicado ao Oscar?”, você poderia me perguntar. A inspiração não é simplesmente um coach do “you can do it”, ou você é capaz de fazê-lo apenas pela sua própria vontade. A mensagem principal do filme é ver duas jovens negras, com um pai que (sobre)viveu no período segregacionista, pobre, que trabalha no turno da madrugada como segurança e confronta as gangues do bairro, ocupando espaços de um esporte elitista e branco. Pronto, a vida de Serena e Venus Williams é inspiração do início ao fim. E Richard, o idealizador desse plano, é o grande destaque do filme, sem sombra de dúvida.

Ficha Técnica

Título King Richard (Original)
Ano produção 2021
Dirigido por Reinaldo Marcus Green
Estreia
2 de Dezembro de 2021 ( Brasil )
Duração 138 minutos
Classificação  14 – Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero
Biografia Drama Esporte
Países de Origem
Estados Unidos da América

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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