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A Resenha: Barbie

A Resenha: Barbie

Recordes mundiais e pessoas vestindo rosa da cabeça aos pés. Com certeza, Barbie (2023) é a sensação do ano. Mas, esse hype todo condiz com a qualidade do filme?

É isso que vamos analisar nesta A Resenha. Vem conferir!

Com uma bilheteria de US$ 337 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão), Barbie estreou nos cinemas sendo bastante aguardado pelo público. A grande sacada do filme, visto que a Mattel pretende criar seu próprio universo como a Marvel e DC, foi ter colocado Greta Gerwig na direção do longa.

Gerwig ficou conhecida para o lado de lá das câmeras, principalmente por seu papel em Frances Ha (2013). Depois, dirigiu filmes que se tornaram queridinhos do público, como por exemplo, em Adoráveis Mulheres (2019) e o irreverente Ladybird (2017). Aliás, foi a partir deste trabalho que Greta conseguiu se desvincular da sua figura indie, representante do mumblecore (subgênero naturalista do cinema independente).

Assim, foi justamente a escolha de Greta Gerwig que fez o filme fugir do óbvio, diferenciando-o de outros filmes de marca.

Barbie mexe com o imaginário infantil, embora – definitivamente – não seja esse o público-alvo do filme. Entretanto, é retomando uma memória muito individual, mas ao mesmo tempo compartilhada, que o filme motiva as pessoas. Ainda assim, quem espera um filme como os antigos da marca, se surpreende ou se decepciona. Esta parece ser, portanto, a reação generalizada ao filme: quem ama, ama; quem odeia, odeia. Não há meio termo.

O casting também não ficou de fora das decisões certas da produção. Estrelando Margot Robbie e Ryan Gosling, o filme nos envia uma mensagem a partir da própria escolha dos atores. Margot é a princesinha de aparência, mas se aventura por papéis não tão estereotipados, como em Esquadrão Suicida (2016), Aves de Rapina (2020) e até mesmo em Eu, Tonya (2017), que já foi, inclusive, resenhado pela Fundação Podemos.

Já Ryan Gosling, conquistou o imaginário do público com Diário de uma Paixão (2004), mas seus últimos papéis representaram a era sigma. O homem sigma é uma tendência do TikTok, que espalha misoginia online. Se formos analisar a filmografia de Gosling, veremos que seus últimos – e mais importantes – papéis representam um homem viril. Drive (2011), Blade Runner (2017), Agente Oculto (2022), entre outros, enfatizam  esse lado em Gosling.

Mas seu papel em Barbie é o completo oposto deste homem. Vemos um personagem submisso, mas que se rebela. Greta Gerwig brinca com os padrões de gênero e com ideologias feministas e misóginas. Gosling, nesse sentido, muito por representar essa masculinidade, é o cara perfeito para o papel. Em entrevista, Gerwig afirmou: “Nós precisávamos de um cara tão seguro de sua masculinidade que estivesse disposto a interpretar o Ken para uma Barbie, e é necessário um cara viril como Ryan para topar algo assim”.

Mais do que isso, Gosling entrega na atuação, até mesmo dançando e cantando. De fato, o casting é algo que chama muito atenção no longa.

Assim, não há como negar que os grandes pontos fortes do filme são exatamente a direção, que faz uma produção cinematográfica diferenciada, e um casting que consegue executar de maneira esplendida o que Greta Gerwig se propôs a fazer.

Feito essas considerações, o filme conquista pela sua irreverência, em tratar temas importantes com humor, como o feminismo ou até críticas liberais bastante rasas. Aqueles que já se apaixonaram pelo casting e pela diretora com certeza serão conquistados. Outros poderão descobrir um novo universo. Mas quem espera um filme mainstream, com certeza vai se decepcionar. Greta Gerwig fez história!

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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