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A RESENHA – O PINTASSILGO

A RESENHA – O PINTASSILGO

 

Um clássico pouco reconhecido

O Pintassilgo é um livro de 720 páginas que parece ter apenas 20. Isso porque o livro desperta no leitor uma leitura fácil e envolvente. Contando a história de Theo, um garoto que perde a mãe em um atentado e é abandonado pelo pai, o livro acompanha a sua trajetória, que é permeada de abandonos. O que é bastante envolvente no livro é que ele retrata a vida como ela é, com perdas, ganhos, novas e antigas amizades, tudo contido nessas páginas, que passam mais rápido do que gostaríamos.

Após o atentado, Theo se muda para a casa de uma família, com uma condição financeira muito mais avantajada do que ele possuía com a mãe, em Nova York. Dali, se muda para Las Vegas, momento em que seu pai, que havia abandonado a família, resolve buscá-lo de forma bastante oportunista. De qualquer maneira, é em Las Vegas que a sua adolescência se desenvolve, e é lá que conhece o seu melhor amigo “nada tradicional”: Boris.

A grande sacada do livro é a narração em primeira pessoa e como Donna Tartt, autora do livro, consegue construir cenários de maneira ímpar. Apesar dos ares de melancolia e tristeza, de um garoto que vive o luto e ainda precisa passar por essa fase tão difícil da adolescência, o carisma do personagem principal é bastante envolvente.

Há uma questão de mistério que permeia a história: ao sobreviver ao atentado do museu, Theo fica com um quadro de arte, de mesmo nome do livro, feito por Carel Fabritius, discípulo de Rembrandt.

A leitura prende logo nas primeiras páginas, pois envolve uma temática que engaja, um atentado terrorista, descrito detalhadamente com um menino de 13 anos levantando-se dos escombros, saindo correndo do museu e entendendo que a partir dali não veria mais a sua mãe. A capacidade de escrita de Tartt se mostra nesse momento e é, com certeza, a parte que fará você decidir se continua o pequeno-grande livro ou se desiste da leitura.

Se num primeiro momento é a crueza do livro que seduz, a partir dos acontecimentos em Las Vegas, a narrativa se torna mais ficcional, com a vida de Theo regada a álcool, drogas e pequenos delitos. Aqui, pode-se pensar que a troca da lógica do livro pode ser um problema, mas ela acontece justamente num momento em que o leitor já está totalmente envolvido com a trama e, por isso, acaba agregando-se à narrativa.

Obra ganhadora do prêmio Pullitzer, o livro consegue pegar o leitor. Em um dia, é muito fácil ler mais de 100 páginas. A história foi adaptada para a indústria cinematográfica, mas não conseguiu repercutir tanto. Aliás, nesse sentido, a crítica foi dura ao afirmar que um dos personagens mais importantes, o Boris, ficou caricato e perdeu a essência que possuía no livro. Assim, se a leitura é recomendada, o filme, nem tanto.

Observação: Esse conteúdo não representa, necessariamente, a opinião da Fundação Podemos.

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